terça-feira, janeiro 04, 2011

ÓCULOS ESCUROS

O texto a seguir não tem coerência ou sentido algum. Eu tentava fazer um teste: o quanto eu conseguia escrever espontaneamente. Para isso, tentei digitar o maior número possível de frases soltas que surgiam automaticamente em minha cabeça. Não consegui. Sempre acabava pensando momentaneamente na melhor forma da frase, consertava os erros de digitação e refletia se o raciocínio parecia um mínimo coerente. Algumas saíram espontaneamente, mas no final cheguei à conclusão de que os anos escrevendo textos acadêmicos minuciosamente (ou nem tanto) raciocinados para a universidade cortaram um pouco minha espontaneidade na hora de escrever. É o preço que se paga por entrar no "Sistema".

Óculos Escuros

 
Gerador de ondas. Frases absurdas. Cala a boca. Cale-se. Vista-se. A semana passa lenta e o tempo vai embora antes que o dia chegue ao fim. Meia-noite é o fim da noite. O silêncio é oportuno, mas as vozes são grosseiras. Falar pode ser perigoso. Calar pode ser fatal. Um homem não sabe a hora de morrer, mas sabe a hora de viver? Viver pode ser uma experiência fascinantemente mortal. Tentar é a última coisa antes de conseguir... ou fracassar. Livre-se. Vire-se. Olhar em volta. Pedir esmola. Implorar perdão. Chorar de rir. Sentar na pia, na mesa da varanda, no chão da calçada, no piso de mármore ou na beira da estrada. Ouvir um rock, um elvis, um beatles. Ouvir (meditar). Olhei em volta, só haviam flores vivas. Onde está o céu? Em cima é separado, embaixo é junto. Olhar. Sentir. Amar. Pule. Quem se arrisca pode perder tudo. Quem não tenta não ganha nada. Ficar sentado esperando. Ficar em pé esperando. Ficar deitado sonhando. O vento canta canções de amor. Olho no retrovisor, a estrada vai se indo, ficando para trás. À frente, só me resta a promessa, o sonho e o amor de uma mulher. Os óculos escuros. O sol, o céu e a noite. Beijei-a e fui dormir.


Post Scriptum: Por que chamei o texto de "Óculos Escuros"? Sei lá! Espontaneidade...

Nenhum comentário:

Postar um comentário