sábado, maio 30, 2009

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA OUVIR DE RADIOHEAD... ou não!

De algumas bandas, por motivos distintos em cada caso, você só precisa ouvir um álbum. Radiohead pode ser uma delas... depende de que tipo de ouvinte você é.
Se você até gosta de experimentalismos, sonoridades diferentes e músicas alternativas, mas não abandona a preferência por canções dentro de um formato mais ou menos comercial, então continue lendo. Se você curte muito experimentalismo total, não liga nem um pouco se a música quebra totalmente o formato comercial das canções, durando 15, 20 minutos só com sussurros e um fundo instrumental... então, continue lendo mesmo assim, mas com extrema discrição!

The Bends foi o segundo álbum da banda inglesa Radiohead e o aquele que a consolidou como uma banda referencial. No entanto, sua maior produção ainda estaria por vir com o título de OK Computer, mas este fica como assunto para outro dia.


Quem é fã de Radiohead talvez entenda o que eu vou dizer agora. OK Computer pode ser o melhor álbum da banda, o que recebeu mais elogios da crítica e aquele que foi condecorado a ser o The Dark Side Of The Moon dos anos 90; porém, quando você precisa indicar a alguém um disco para iniciar-se em Radiohead, você não deve eleger esta obra-prima. Especialmente se a pessoa que fez o pedido de indicação estiver sendo motivada por uma ouvida de Fake Plastic Trees. Se você precisar indicar um disco do Radiohead para alguém ouvir, ou se você for alguém em busca de uma indicação de álbum da banda de Thom Yorke, vá de The Bends. O conselho tem um motivo muito simples.

Todo mundo que ouve Fake Plastic Trees acaba se "enganando" pela sonoridade meio balada experimentalista da canção e acha que a banda faz música assim. Isso é um quarto da verdade. O Radiohead faz música assim em um dos seus álbuns (adivinha qual?). Os álbuns posteriores (OK Computer, Kid A...) são compostos por criações sonoras de experiementalismo artístico e conceitual (não é a toa que o OK foi comparado ao The Dark Side do Pink Floyd...). São músicas que quebram o formato comercial das baladas para clipes na Mtv. Se você não está em busca de composições conceituais de metafísica sonora, então fique com o The Bends.

Neste álbum, Thom Yorke consegue mostrar sua veia alternativa cantando baladas. Tem a capacidade de ser inovador se mantendo dentro do padrão. De certa forma, prepara os ouvintes para as viagens sonoras que viriam a seguir...

As canções, em geral, são melancólicas, mesmo quando tentam aumentar o barulho das guitarras e a letra deixa de ser cantada para ser gritada. Marca, aliás, de boa parte das composições da banda: começam melodiosas, com a voz de Yorke de uma mansidão capaz de te levar para algum campo onírico de calma e leveza, para aumentar lentamente até o clímax onde o cântico manso se torna um grito arrastado e a melodia se torna um rasgo de guitarras berrantes. Não sei se fui feliz na descrição, mas foram as melhores palavras para descreverem o que estou ouvindo neste exato momento.

Talvez você não goste de nenhum outro disco do Radiohead por achar as músicas todas chatas e monótonas. E isso não está distante da verdade (o que não quer dizer que a banda não seja boa... mas Kid A é bem chatinho mesmo!). Mas se você achou Fake Plastic Trees uma música linda depois de ter assistido ao clipe na Mtv, então dificilmente você deixará de ouvir The Bends do começo ao fim.

E se você até gosta de experimentalismos, sonoridades diferentes e músicas alternativas, mas não abandona a preferência por canções dentro de um formato mais ou menos comercial; The Bends é tudo o que precisa ouvir de Radiohead...


Melhor música do álbum: Bones (não, nada de árvores de plástico! Só para romper com o óbvio...)


"Fake Plastic Trees" - Radiohead


"When you've got to feel it in your bones..." (Radiohead, Bones)

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