terça-feira, junho 30, 2009

A REDENÇÃO DA CANETA


OK. O computador é uma ferramenta formidável que facilita e proporciona muitas tarefas ao ser-humano. Oferece praticidade e agilidade para se escrever textos e mais uma gama enorme de outras tantas vantagens. Uma verdadeira maravilha tecnológica. OK. Tudo certo.
Mas, às vezes, é um pé no saco.

Eu estava extremamente empolgado e inspirado produzindo mais um tema para o Sala 37. O texto fluía formidavelmente, como numa conversa, de uma maneira que, raras as vezes, acontece. Frases, piadinhas, trocadilhos, boa conclusões, coisas que jamais vou reproduzir do mesmo modo, frutos de um singular momento de inspiração. Já estava ansioso para ver o meu recente produto publicado no Sala quando, inexplicavelmente, ao licar em "Publicar Postagem", foi tudo para o espaço. Ou melhor, para o limbo mesmo. Isso porque rotineiras mensagens me avisavam que o texto estava sendo salvo automaticamente. Só se fosse em algum buraco no cyberespaço, porque tudo que restou de todo aquele momento particular de inspiração foram os dois primeiros parágrafos que eu já havia publicado anteriormente no blog. Minutos intensos de iluminação crítica jogados no ralo dos bytes e megabytes.
A primeira sensação foi de paralisia, descrença e sonho. Depois veio a raiva.
Sim. A formidável máquina havia acabado de deletar preciosos minutos de produção escrita para sempre. Posso até reescrever as idéias do texto, talvez até produzir um melhor... Mas AQUELE texto, AQUELAS palavras estarão esquecidas na eternidade...
P*##@! C@#@/>*! B*&\@! [Precisava fazer isso! Ah, como eu precisava...]
Aham! Este momento inquieteante me fez repensar o papel da caneta (hehe... que trocadilho infame!). Por isso, estou escrevendo isto com aquela máquina formidável e cretina desligada, numa folha A4, com a fiel e poderosa salvadora de letras: a caneta.
Sim! Com ela, corro um risco muito menor de, ao colocar o ponto final, perder tantos minutos de uma vida curta. Não existe forma mais eficaz de salvar um arquivo do que gravá-lo na história numa A4 com a tinta de uma esferográfica. Sem o risco de uma máquina estúpida colocar toda a sua produção criativa no vácuo dos bytes. Não, eu não vou perder mais tempo escrevendo e, depois, digitando. Vou gastar mais tempo, mas não perder. Perdi, sim, ao confiar na eficácia de uma máquina pretensamente prática e eficiente.
Vejo só dois pontos positivos no incidente: gerou mais um assunto para o Sala 37. E redimiu a caneta.

CLARO, ISTO É MAIS UM PRODUTO DE INDIGNAÇÃO. O COMPUTADOR TEM LÁ O SEU VALOR. MAS NÃO CONTEM P'RA NINGUÉM!



Este texto eu escrevi já faz um tempinho. Eu havia acabado de produzir a primeira versão deste tópico quando aconteceu o fatídico incidente. Por pura preguiça, eu não coloquei o texto na época. Me deparei com ele ainda há pouco e resolvi finalmente mostrá-lo. Eu ainda estava aprendendo a mexer no blogspot, daí ter acreditado nas mentirosas mensagens de "Salvando..."


"Mega, ultra, hiper, micro, baixas calorias, kilowats, gigabytes... E eu? O que faço com estes números?"
(Números, Engenheiros do Hawaii)

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